O Lar de Paulina na Academia
O Lar São Vicente de Paulo de Bragança Paulista, também conhecido como "O Asilo do Jardim Público", tem sua história ligada à vida de Santa Paulina. Ela, com mais duas religiosas da Congregação que fundou, das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, assumiu a direção do Asilo no ano de 1910.
No dia 1º de outubro, Dia do Idoso, o Lar foi o tema do 39º Colóquio Cidade e Educação Patrimonial - Por Entre Histórias e Memórias, promovido pelo Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa em História da Educação (CDAPH), da Universidade São Francisco.
Daniela Pulica, Jefferson Bueno, Larissa Carneiro, membros do corpo técnico do Lar, apresentaram as atividades regulares desenvolvidas na Instituição, ressaltando aspectos da evolução do conceito antigo de Asilo até o atual, que orienta as decisões de sua Diretoria.
Cristina Lima, Douglas Salgado e Duda Mack, profissionais de Comunicação Social, apresentaram o Projeto Memórias que, desde 2018, quando foi implantado, dedica-se a organizar o acervo da instituição, para disponibilizá-lo futuramente à sociedade. A equipe pesquisa a história da instituição, vasculhando documentos em acervos de entidades públicas e privadas. Também registram, em áudio e vídeo, as entrevistas realizadas com parentes de pessoas que foram acolhidas pelo Lar, ou que fizeram parte de suas diferentes Diretorias.
Importante contribuição para o diálogo ao longo da apresentação, foi a participação do Presidente da Federação de Umbanda e Candomblé, de Bragança Paulista, o babalaorixá Pai Bil de Sángò. Já em sua primeira fala, o religioso levantou a questão da intolerância religiosa, marcante nas campanhas dos principais candidatos a Presidência da República, cuja eleição em primeiro turno, aconteceram no dia seguinte ao dia em que Colóquio foi realizado.
Na fala da equipe que representou o Asilo, a questão levantada por Pai Bil foi acolhida e, por cerca de uma hora, alguns temas correlatos foram debatidos. Como a questão da violência praticada contra as religiões de matriz africana, e seus seguidores. E o racismo estrutural, cujas origens remontam ao período escravocrata da história do Brasil. E prossegue no período republicano até os dias de hoje, sendo sua institucionalização mascarada pelo conceito de uma aparente de democracia racial.
Foi a primeira vez que o Colóquio acolheu em sua agenda o tema do idoso, tendo como foco o legado da instituição bragantina centenária que, por quase uma década, foi o lar de Santa Paulina, antes dela se recolher à Casa-Mãe da sua Congregação, no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo, onde faleceu em 09 de junho de 1942.
Atualizado em 07/10/2022.