O Imperador, o Papa e a cura das almas - 2
Pedro II mordeu. E foi obrigado a assoprar.
Em 1875, caiu o ministério presidido pelo Visconde de Rio Branco! Convidado a organizar um novo, o Duque de Caxias impôs sua condição: anistiar os dois religiosos rebeldes punidos por Pedro II.
Em decreto de 17 de setembro de 1875 a anistia se consumou, sem a concordância do Imperador. Os bispos retornaram às suas dioceses, no Pará e Pernambuco, sendo recebidos em triunfo.
A principal consequência que o conflito provocou a médio prazo foi dar gás à pregação dos republicanos, adensada pela rejeição da monarquia pelos senhores de escravos, preocupados com o dia seguinte ao da abolição, assinada finalmente em 1888, por Isabel, filha do Imperador.
Em 1889, a previsão do Papa se cumpriu, a monarquia foi golpeada de morte, e a família real foi convidada a se retirar do Brasil.
O Hospício Pedro II, referência médica e símbolo do investimento científico do Império, sobreviveu ao Imperador, depois de proclamada a República. Mas seus princípios tiveram que esperar mais tempo para chegar em regiões distantes da então capital do país.
Em alguns, como Bragança Paulista, os próprios católicos cuidaram de instalar, ao seu modo, instituições destinadas a cuidar não só da alma das pessoas, mas também do corpo.
(Continua...)